quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Uma estratégia de campanha para Haddad: o Serruf

Há um quê de dèjá vu no lançamento de Serra. Não exatamente na apresentação de seu nome às eleições, por todos de algum modo esperada.
O que parece soar como nota repetida é o quadro dominado pela figura de um candidato da velha guarda que polariza o debate político, numa espécie do conhecido refrão “daqui pra frente tudo vai ser diferente”. Em outras palavras, a lembrança da figura de Maluf.
E é este o calcanhar de Aquiles de Serra nesta eleição. Não é o fato de haver renunciado sucessivamente à prefeitura e ao governo do estado para pleitear a presidência da república, nem seu perfil pouco carismático de quem tudo sabe e tudo fez, contudo sem nunca ter experimentado qualquer entusiasmo pelo que aprendeu ou realizou.
Isso, Serra é como Maluf: uma central de repetição de discursos; um ser robótico autoprogramado para levar a termo a missão mesmo que a custa da implosão do ambiente em que se move, o seu partido. Como ente cibernético de filme de ficção, não tem pertencimento a nada senão que os objetivos o têm sob completo domínio.
O que existe de repetitivo em Serra é o que o distância de seus concorrentes nas eleições para prefeito de São Paulo deste ano. Que tenha feito isso ou aquilo interessa apenas à parcela dos eleitores que possuem identidade ideológica com o candidato, por considerarem de maior valia a garantia de permanência e de conservação do passado, veiculado num discurso que repete a si mesmo.
Talvez os partidários da tese de que o ex-governador é competitivo nestas eleições deixaram de tomar conhecimento dos estudos divulgados pela Federação do Comércio, nos últimos dias de fevereiro de 2012, de que a classe média brasileira passou a compor 61% da população desde 2003, ano em que não chegava de 50% do total. Para o diretor da entidade, o fenômeno mostra a clara tendência de que esse contingente populacional continuará a crescer nos próximos anos, trazendo consigo um aumento de renda das camadas de mais baixa renda da população.
Não entendem aqueles que se empolgam com a candidatura Serra que estão em andamento mudanças abrangentes na estrutura de classes da sociedade brasileira, e que também na superestrutura política existe uma demanda enorme por mudanças que coloquem o estado em sintonia com a pujança dessa nova sociedade emergida de uma década de expressivo desenvolvimento econômico.
A aposta na mesmice que faz o PSDB com seu candidato “preparado” revela isto sim o completo despreparo das oposições para intervirem nas atuais circunstâncias que o País vive, de florescimento da moral, do ânimo e da confiança no futuro; próprios a uma nação que atravessa transformações históricas.
Percebido este descompasso, não precisam os candidatos que representam a expectativa de mudança insistir na lembrança de que Serra é contumaz no abandono de promessas de servir à população paulistana. Basta-lhes lembrar do quanto Serra lembra Maluf, do quanto seu discurso contém de passadista. Basta-lhes soprar na brasa incandescente do Brasil que cresce a confiança no que virá e o destemor de que as novas gerações possam conquistá-lo.
Afinal, Serra e Maluf estão juntos. Não estão?

Um comentário:

  1. Pouco importa se é o Serra, ou o Zé Mané quem vai ser o candidato para a Prefeitura de São Paulo. O que importa, para nós paulistanos, é evitar que a corrupção descarada e incontrolável que se instalou em Brasília, perpetrada pelo PT não chegue, diretamente, pelo menos, por estas plagas. O PT “foi”, por 22 anos, o partido ético, até tomar o poder com a eleição do Lula. Aí o PT mostrou a sua cara. E não é possível que nós paulistanos, por tudo que aprendemos do PT nestes 10 anos de governo (corrupção), ainda podemos pensar em eleger um candidato do PT ao governo municipal. Certo que temos uma pequena e frágil arma que se chama o voto (não esqueçamos que isto tem valor em países sérios, não no Brasil), eu nada mais é que um estilingue, perto do dinheiro oriundo da corrupção que será despejado pelo PT nesta campanha. Temos que fazer como Davi, ou seja utilizarmos a única, pequena e frágil, arma que temos e derrotar o Golias (PT), sob pena de nos soterrarmos sob o lodaçal da corrupção que se avizinha.

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