sábado, 18 de fevereiro de 2012

Sono e sistema imune



Há muito tempo o sono intriga o ser humano. E dos faraós a Sheakspeare o dormir tem sido visto como um verdadeira enigma biológico, cujo estranho significado parece ser o de predispor mais ainda à vida.

Mas de que forma o faz permanece um mistério. A despeito de o sono corresponder à maior parte do tempo de vida de qualquer animal e muita pesquisa ter sida realizada para desvendar aspectos nele implicados, dúvidas básicas persistem. Como a do por que seu tempo de transcurso variar de 3 a 20 horas, dependendo da espécie.

Com o desenvolvimento da tecnologia da captura de imagens por pósitrons, no entanto, descobertas cada vez surpreendentes vêm sendo realizadas sobre os efeitos do sono na conservação da vida. Uma das mais significativa delas foi a realizada por pesquisadores do Departamento de Biologia Evolucionária do Instituto Max Planck em Liepzig, Alemanha, que comprovaram o fortalecimento do sistema imunológico de diferentes espécies depois de um ciclo de sono.

Mais especificamente, foi constatado importante papel desempenhado pelo sono na proteção a infestação por parasitas. Comparando o tempo de sono de cada espécie à capacidade de resposta do sistema imune, os cientistas puderam constatar uma prevalência proporcionalmente maior de células protetoras do sistema, em circulação na corrente sanguínea, nos indivíduos submetidos a um regime mais favorável de sono.

Os resultados sugerem que a limitada energia que o corpo utiliza na vigília para os múltiplos objetivos relacionados à sobrevivência, como alimentar-se e procriar, seria direcionada no curso do sono para o restabelecimento das defesas do organismo.

As conclusões apontam para a necessidade do aprofundamento de pesquisas voltadas aos efeitos da restrição do sono nos seres humanos, que em virtude da tendência histórica à redução – apontada em medições nas últimas décadas – pode estar dando causa a diferentes doenças cuja incidência tem crescido nos últimos anos, a exemplo de diferentes tipos de cânceres, viroses e moléstias ressurgentes.

Tudo leva a crer que o sono, contínuo e prolongado, pode vir a ser considerado em breve o mais importante fator isolado na prevenção de doenças fatais.
Fonte: BMC, Evolutionary Biology

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