quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Instituto Lula na cracolândia




Fevereiro. Foi quando os elitistas, que há tanto demonizavam Lula, entregaram os pontos e resolveram marcar simbolicamente o momento do reconhecimento de que o ex-presidente é, ele em pessoa, a encarnação vitoriosa das massas trabalhadoras e cederam ao instituto que leva seu nome área significativa na zona central da cidade de São Paulo, para que lá venha ser instalada a sede da entidade.

Não o fizeram naturalmente por ato de vontade, mas por imposição das forças da história que determinam quando alguém deve ser consagrado diante das futuras gerações e de seu povo por feitos de merecido reconhecimento. Há contingências, é verdade, que contribuíram para a concessão. São, no entanto, insignificantes diante do processo mais geral que as engloba.

Enquanto as figuras de relevo das elites necessitam de muita promoção da mídia para figurarem na galeria dos benfeitores do povo, Lula, o homem de linguajar simples e despretensioso do seu papel entre compatriotas consegue um espaço para conservar sua memória, ali onde os pobres foram escurraçados depois de complementamente degradados.

Na região dominada pela indigência humana, foi reservado um lugar àquele que soube erguer-se acima da sarjeta, para que com ele pudessem se reerguer também os  que foram antes expulsos pela intolerância e a segregação daqueles que deveriam saber mitiga-la.

Com Lula as vítimas da cacrolândia poderão também ter reconhecido o seu sofrimento e assistirem todos que lhes sobrevirão os primeiros passos na configuração de administrações públicas que jamais deveriam ter se afastado do que verdadeiramente importa numa cidade, os homens e mulheres que nela vivem.

Aguardemos, pois, todos que se erijam as paredes do Instituto Lula da Silva. Esperançosos de que de suas entranhas abra-se um portal a uma sociedade mais justa.

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